quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Pessoas que não fazem sexo ? Entenda assexualidade


A assexualidade ainda é algo misterioso para aqueles que não se consideram assexuais. Ela ainda não é bem compreendida nem mesmo pelos que se dedicam a pesquisar o comportamento sexual, argumenta Anthony F. Bogaert, um pesquisador sobre sexo, da Universidade de Brock. E isso realmente faz sentido: É muito mais fácil estudar um comportamento observável do que a ausência de um deles. Porém, em uma nova revisão da literatura científica sobre a assexualidade, publicada noJournal of Sex Research, Bogaert afirma que muitos investigadores deviam começar a prestar mais atenção à assexualidade. Ele afirma que não é possível entender o amplo espectro do desejo sexual humano, a menos que se possa compreender também aqueles que nunca o experimentam. 
O trabalho de Bogaert nos dá uma perspectiva fascinante das pesquisas atuais sobre a assexualidade. Aqui estão alguns dos destaques:
O estudo científico da assexualidade ainda é muito recente, ele tem cerca de dez anos. O próprio Bogaert publicou uma das primeiras investigações acadêmicas significativas sobre o assunto em 2004, no Journal of Sex Research. Mas nos anos seguintes, tanto os acadêmicos como os não-acadêmicos voltaram seu interesse para esse tópico. Como resultado, foram publicados muitos trabalhos, tanto de caráter acadêmico, como popular, sobre a assexualidade, incluindo The Invisible Orientation: An Introduction to Asexuality (A Orientação Invisível: Uma Introdução à Assexualidade), uma pesquisa destinada ao público em geral, publicada no outono passado e escrita por Julie Sondra Decker.
Calcula-se que aproximadamente um por cento da população mundial seja assexuada. Os números revelados no âmbito das diversas pesquisas são bastante flutuantes; isso ocorre em grande parte porque a assexualidade ainda carece de uma definição clara e precisa na comunidade de pesquisadores. (Bogaert prefere descrevê-la de maneira simples e direta: “ausência total de atração sexual por outrem.”) Essa cifra de um por cento provém dos melhores dados disponíveis; ela foi obtida através de uma amostra tomada entre adultos britânicos em 2004 para aNational Survey of Sexual Attitudes and Lifestyles (Pesquisa Nacional de Atitudes Sexuais e Estilos de Vida). “De qualquer modo, escreve Bogaert, um por cento é um “número bastante considerável.””
Não é um distúrbio. Os pesquisadores têm debatido bastante sobre se a assexualidade deveria ou não ser considerada como um tipo de distúrbio sexual similar à falta ou inibição do desejo sexual, por exemplo. Mas nesse artigo (e noutros anteriores), Bogaert rejeita essa ideia. Por um lado, escreve ele, só porque a assexualidade é algo raro não significa necessariamente que ela seja um distúrbio. Por outro, catalogar a assexualidade como patológica implicaria que, de alguma maneira, ela gera algum incômodo para aqueles que a têm, argumenta ele — a evidência sugere ainda, que aqueles que se identificam como assexuais não se sentem incomodados por sua própria assexualidade. (Por definição, um distúrbio deve ser descrito como algo que causa sofrimento, incapacidade ou representa um risco para a saúde do indivíduo). 
A evidência sugere que essa é, de fato, uma orientação sexual diferente. Pense em como outras orientações sexuais, tais como heterossexualidade, homossexualidade e bissexualidade, são definidas. A atração sexual é um fator chave para elas, se não for precisamente o fator em que se baseiam todas essas diferenças. Partindo desse princípio, a ausência de atração sexual deveria sugerir que a “assexualidade pode ser construída como uma categoria única e distinta no quadro da orientação sexual,” escreve ele.
Não há nada de errado com a anatomia dos assexuais. Os pesquisadores chegaram a teorizar que a falta de desejo sexual das pessoas assexuadas poderia provir de algum problema fisiológico. No entanto, uma pesquisa feita por Lori Brotto, da University of British Columbia, revelou que as pessoas assexuadas têm a mesma capacidade de ter ereções ou lubrificação vaginal que qualquer outra pessoa. Estas são as palavras de uma pessoa assexuada, citadas em outro estudo liderado por Brotto em 2010: “Digamos que eu testei o ‘equipamento’… e tudo funciona bem, foi agradável e tudo o mais; mas o fato é que simplesmente não sinto nenhuma atração.”
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